"Só criando asas"

Assunto muito polêmico e muitas vezes tratado como se não fizesse diferença significativa, este post resolvi dar minha última opinião sobre esse monstro de muitas cabeças que é a tal graduação.
Primeiramente gostaria de deixar bem claro que graduação é muito relativa, tem vários fatores que influenciam e determinam a graduação de uma via, boulder ou parede. Os principais com certeza são difículdade da agarra, distância do movimento, difículdade tecnica do muv.(relação mão/pés), fator psicologico e duração/intensidade(resistencia necessária para se realizar a linha). Tem uma medida chamada METS utilizada para determinar o gasto energético de cada atividade física levando em consideração a intensidade, tempo de duração, exercício continuo ou não continuo. Se a gente conseguisse associar essa tabela de METS, à tabela de graduações seria o mais fácil, mas na realidade é a relatividade da graduação que gera tanta polemica.
Tanto gênero, como tamanho, como adaptação especifica fazem toda a diferença pra dividir as escaladas em níveis. Quanto ao gênero é geral em esportes, mulheres tem melhor desenvolvimento tecnico e homem tem melhor desenvolvimento da força; tamanho faz diferença em caso de movimentação específica, tanto nanicos como gigantes podem tirar vantagem quanto à isso, mas o Daniel Woods mesmo não manda só boulders encolhidos, de encaixe ou de regletitos não, ele apavora em boulders de muvs muito longos e talvez essa seja a melhor caracteristica dele, como ele demostrou na cadena do El Corazón V13 em Rocklands, provando que não tem essa desculpa de "não alcanço" ou "não tenho envergadura", e isso é o que venho falando pro Maromba há um tempo, "você acha que o Daniel não ia fazer esse muv? Ia e talvez faria de prima!!" mas só agora ele entendeu(rs.). Alguem acredita que existe algum muv longo pro Daniel Woods, garoto de 21 anos com 1,66 mtrs e um dos escaladores mais fortes do mundo? Existe sim! Assim como pra mim, pra você, pro Bello, pro David Graham e pro Michael Jordan. Os muvs são longos porque as agarras são distantes, não porque a pessoa é pequena. É aquele velho ditado, e que parece que o Daniel aprendeu diretinho, PRA TUDO DÁ-SE UM JEITO! E adaptação específica seria mais ou menos o que o Kassan faz em Cocal e o Magrão no Cipó, se você tira eles de lá, eles ficam abatidos, sem energia, e sem animo, igual peixe fora d'aguá.
Isso é bem óbvio, por exemplo: Se a linha for de resistencia e a pessoa tem melhor performace em linhas explosivas, certamente a pessoa vai ter dificuldade. Assim como uma mulher de estatura mediana, extremamente tecnica, as vezes não ter possibilidade alguma de fazer um movimento específico de teto pela relação força/estatura. Devido essa relatividade esse assunto o qual fiz essa enorme confusão é a graduação, um assunto muito polêmico.

Quando eu comecei a escalar, em agosto de 2001, já existiam boulders de alta dificuldade no Brasil com graduações polemicas, gerando assim uma incompatibilidade ETERNA!
Exemplos clássicos: Cocalzinho - Fumaça V10. Depois de Fontain, Rocklands e Cresciano vou poder afirmar com mais certeza, mas isso não é v10 em lugar algum no mundo. A graduação foi dada levando em consideração que o Jason Kehl tinha demorado 3 dias pra mandar o Karma V11, e o boulder Fumaça teria sido feito no primeiro dia de tentativas do escalador Matheus Veloso, por isso teria que ser menos que v11. Levando em consideração a força de reglete e campus do escalador Matheus, e as caracteriscas do boulder, eu fico com Fumaça V11 sólido!
Já em Ubatuba frequentada há bastante tempo por escaladores de alto nivel como: Bele, Linha, Cesinha, Coçada, Carlera, Juca e vários outros tem tambem algumas incoerencias, como: Úreia V8,ao lado do Chave de coxa que também é V8! Esse ou é piada ou sacanagem mesmo, só pode! Ainda em Ubatuba temos o classico Tsunami v9 que até agora não vi nada parecido! Pra mim antes e depois de quebrar a agarra o Tsunami sempre foi o mesmo! Lindo v10 de Ubatuba! Falta de confiança, credibilidade, falta de capacidade ou simplesmente uma confusãozinha básica?

Bom há varios anos já venho escutando que os boulders estão supervalorizados ou desvalorizados, e vou descrever pequenos fatos que nunca vou me esquecer!
Quando o boulder Jérico v11 quebrou uma agarra de pé, não se sabia ainda se era possível fazer o crux sem a tal agarra de pé. Depois de alguns anos encostado, o boulder foi subido pelo Pedro Raphael, que fez a saída em pé, pois até então ninguem sabia se era possível, e foi! O Pedro graduou o boulder em v9/10(que é v9, pois quando é sugerido dois graus sempre fica o menor) na época, mas na verdade isso ao inves de abrir portas, gerou uma polêmica nacional, porque diziam que ele quis partir o boulder ao meio. Não! Ele quis SUBIR, e fez! O Cesinha que não é nem um pouco bobo, ao ver que era possível foi lá tentar fazer tudo junto, e mandou saindo sentado. Jérico v12. Anos depois, com a visita do ilustre escalador espanhol Dani Andrada que escalou a versão em pé, o boulder "pela metade" foi reconsiderado pela comunidade escaladora, sendo o boulder mais difícil que o Dani escalou no Brasil e hoje conta com muitas ascenções mostrando ser uma linha mais social do que a completa! Divergências: Jérico em pé, grau sugerido pelo Pedro, v9 e já pelo escalador espanhol v11!
Outro fato muito interessante e semelhante a esse foi o do Fiat Lux em Ouro Preto. Logo após a cadena do Bêle, perguntei à ele sobre o grau que ele achava, e ele me respondeu "acho que um 9 ou 10" e quando estavamos reunidos à noite para conversar com o Dani, o espanhol citou o boulder que os meninos tinham feito no dia(Fiat lux), como se fosse um 8A, v11 na graduação francesa, e mais uma vez a diferença era grotesca, opinião Brasuca v9, opinião do Dani (sem encadenar) v11.
Depois de Ouro Preto o espanhol foi conhecer Ubatuba e lá salvou todos nós do que poderia ser o mais importante equivoco, fato que com certeza teria feito muita coisa mudar pra pior. Isso porque ele conseguiu fazer em um dia o que eu tentei muito e não consegui, botar na cabeça do Bêle que aquela coisa que ele estava tentando era v13, e esse é o Bacanas SDS. Valeu Dani, muito importante sua vinda aqui, ótimo pra percebermos que estamos desnorteados!!!
Após esse fato a próxima analise que fiz foi com relação as vias Cabra da Peste e A dor é o poder. O Filipinho recém chegado das gringas, com 11c nas costas, fez a ascensão de duas vias e ambas foram cotadas em 11a, e hoje já ouvi proposta de 10b pras duas. Tudo bem que o primeiro rala mais, talvez não descubra todos os betas, mas cá pra nós de 11a pra 10b! 10B já existe há mile anos, a Polter que o próprio Filipinho mandou com 15 ou 16 anos com pouquissimas entradas. Muito estranho isso!!! Não?

Depois da minha primeira viagem aos EUA, percebi que estavamos totalmente desinformados, pois toda vez que alguem achava alguma parede sem nenhuma agarra, aliás talvez uma micro agarra, daquelas que é necessário lupa pra ver, sem ter da onde vim, nem pra onde ir, nada de agarra pros pés e apesar de totalmente impossível falavamos "olha um v14". kkkkkkk! Joguem fora suas lupas. v16 TEM que ter agarra!!! Vamos mudar esse conceito, nossa realidade tá muito minuciosa!!! Tudo que escalei lá gringa achei bem mais tranquilo que aqui, e mesmo assim continuamos decotando. Dia Santo v13??? Jamais!!! Se algum dia eu ver algum v13 ao menos parecido eu concordarei, mas agora basta! Tá na hora de acertamos as coisas, por ordem na casa, porque senão mandar v15 no Brasil vai ser impossível, só criando asas !!!

Palavras de Raulzito, cheio do goró, lá na alemanha, é o terceiro comentário(foi mal, não consegui colocar o texto aqui) .http://rafaelpassosescalada.blogspot.com/2010/05/boulder-cartola-v12-mais-um-daqueles.html#comments

Lista de v13, 14 e 15 que não precisamos de lupa, nem asas e nem porção mágica!! Só pressão, MUITA PRESSÃO!!

Em Cocal:
Jah Waits v14/15, no bloco do Jah Problem.
SobreMesa v13/14, no bloco "mesa".
Protocolo de Kyoto v13/14, no bloco do tranqüilo e calmo.
Cactus Terremer v14/15/16, na Casa da Cobra.
Quimera de Cristal v13/14, na Casa da Cobra.
Exodus SDS v13/14, na Casa da Cobra.

Em Cristal:
3D v14/15, no Chapéu do Sol
Quarta Dimensão v15?, no Chapéu do Sol
Voo livre SDS v13?, no bosquezin
Projeto I v13, no bosquezin
Projeto II v14, no bosquezin
Anfitrião Ext. v13?, no bosquezin


Abraço pra todos e Boas conquistas
Rafael Passos

Achado do Zed

O Zed fuçando na net acabou achando esse blog, que traz notícias sobre vias e boulders do mundo inteiro, inclusive o Brasil!!! O que é realmente surpriendente, e muito gratificante ver os gringos falando de acontecimentos em terras brazucas, ou de brasucas em terras gringas.
O curioso tambem foi a maneira que ele iniciou uma das noticias. "Talvez você pense que os boulders de alta graduação no Brasil não deveriam ser levados a sério. Bem, pense novamente..."
Vale a pena conferir esse blog, gostei muito, muita informação, e tem pra todos os gostos.
Abraço à todos!
Valeu Zed!

http://bjornpohl.blogspot.com/2010/03/passos-strikes-again.html
http://bjornpohl.blogspot.com/2010/03/brazilian-in-hueco.html

Até que enfim nossa brincadeira foi levada a sério!

Até quando iamos usar essas muchebas, ou até quando teriamos que encomendar nossos equipamentos das gringas? Ninguem sabe! Esse post traz um pouco da história de amigos de BH, que se uniram há uns 5 anos pra produzir magnesio para escalada. Não só produzir mas eles testaram diversas fórmulas até começarem com o primeiro Stone Chalk, e assim surgiu a STONE! Durante esses anos escalando, sempre que eu ia em BH a STONE estava mudada, existiu até o incrível ginásio(bivac da melhor!) de escalada na casa de um dos donos da STONE, Gustavo Fontes treinador de escalada esportiva como poucos, não que ele treina como um maluco, isso também , mas que certamente é um dos melhores treinadores que temos em terras Brasucas. (Gustavinho logo mais apareço aí pra fazer um estágio com você!!!). Depois do muro de escalada na casa do Gustavinho, houve uma mudança na fórmula do Mag. e com a melhora do produto ele passou a chamar STONE Gold, que já proporcionou muitas cadenas pro Brasil inteiro!! A Stone estava por todo Brasil!!

Enfim a última vez que apereci em BH, a STONE estava produzindo uns colchões pra uso próprio!

Uso próprio nada! Eles testaram, e testaram bem mesmo, escalaram muito, até por o Crashpad no Mercado! E aí está o CrashPad STONE! O melhor do mercado!

http://stoneadventure.blogspot.com/2010/04/descricao-colchao-para-boulder-dobravel.html

Valeu Daniel Hadads e Gustavinho pelas incríveis recepções, apresentação de blocos e escaladas aí em BH. Valeu Tio Cabeça pela organização de festivais,e por toda a pilha que tu sempre boto em todo mundo, Tio Dani pelo Natal 2007 (hehehe) as Vibes e todas as escaladas juntos! E Murilão pela recepção em Sampa, fotos, pilhas e escaladas. Valeu!

Aguardo vocês aqui em Cristal e Cocal.

A STONE tá de parabens!!! Muito gratificante ver empresas assim no Brasil!!!

Bom trabalho!

Boulder Cartola V12 - Mais um DAQUELES

É com imensa satisfação que escrevo esse post pra dar a notícia de mais um Classico realizado na Pedra do Chapéu. O boulder que era o que eu mais vinha tentando se consiste em 6 movimentos difíceis, de muita tecnica de teto e força bruta mesmo, explosão total, resultando em um boulder de movimentação precisa, e de muita exigencia mental, já que muitas vezes nossos bloqueios perante a escalada e seus limites vem daí, da mente. Tentei o boulder insanamente nas ultimas duas semanas, fazendo até com que amigos reclamassem de tantos retornos a Pedra, dizendo que só iamos lá, o que é uma grande mentira, porque fui mais pra Cocal do que Cristal ultimamente, e todas as vezes falei que Cocal estava quente o suficiente pra me deixar um tempo distante, mesmo assim acabei indo pra Cocal, onde escalei muito, me divertir e concluimos algumas pendencias, mesmo sabendo que não havia aderencia ALGUMA. Parabéns a todos que persistiram. Muito grato pela paciencia, compania, segurança e motivação de todos, sem isso nada seria possível. Nesses dias de tentativas me veio aquele velho pensamento à cabeça. Que diabos de v12 é esse! E como sempre a conclusão é a mesma(pra mim que fui escalar fora), no Brasil se escala v12, e se tenta v13 no maximo, pra fazer v13 e tentar v14 só na gringa mesmo, imagine v15, aqueles boulders que vemos uma micro agarra que pra ve-lá realmente precisamos de uma lupa, sem nenhuma agarra de pé, sem ter pra onde ir e nem de onde vim, isso é v15Br, um boulder sem agarras e completamente sem futuro, aqui tá impossível fazer v14 ou v15, essa é minha conclusão! Malhamos malhamos e depois da cadena é sempre v10, como diz o povo do Cocal "Tá caro!", e como já ouvi o Carlera dizer "Faz mais de dez anos que só mando v10!" mas vamo que vamo, não importa o número e sim a importancia que as pedras tem pra nós. Até porque v14 do Brasil sempre vai ser v13, assim como aconteceu com o boulder O dia Santo que na minha opnião é v14, e teria acontecido com Os Bacanas SDS se não fosse pela visita do Dani Andrada em terras Brasucas. Será falta de pressão, falta de informação, falta de credibilidade ou simplesmente aquela velha mania do Brasileiro de não valorizar o que é nosso. Subestimar sua própria nação! Isso é um caso a se pensar.

Fica aí mais um v12 BR, Bem-vindo essa é a nossa realidade! Essa que só a gente conhece!

Cartola v12???... e assim vai ...

"É tudo nosso, vamos preservar!!!"

Sábado em Cocal - por Carlos Santiago

Nesse sábado fomos escalar no mocó, pedra do Jah Problem e vários outros. Nesse vídeo tem o Jah Bless e o Jah Works, boulder que envolve força, técnica e psicológico. Classicos! A matéria é uma produção da Vibration Produções com parceria v11e.e.
http://v11ee.blogspot.com/2010/05/jah-bless-e-jah-works-fa.html